Playstation 2

Capa de Budokai na Europa

Dragon Ball Z - Budokai
Estilo: Luta
Lançamento: Japão, Europa e EUA
Data: 20 de Novembro de 2002 (data oficial - 29 de Novembro de 2002) na Europa; 4 de Dezembro de 2003 no EUA e 13 de Fevereiro no Japão
Produtora: Dimps/ Bandai e Infogrames (distribuidora)

[Agradecimentos especiais a
Renato Descordenado Nivel 3 -  "Musashi", por ser o grande responsável deste review...]

Bem... há muito tempo, a maioria dos fãs de Dragon Ball (para não dizer TODOS), esperavam impacientemente por um novo game da série, no estilo luta, desde o lançamento de "DBGT - Final Bout", p/ PSX, que possuía gráficos tenebrosos e uma jogabilidade sofrível. Com o lançamento de consoles mais avançados e com o enorme sucesso de Dragon Ball no Ocidente, a BANDAI e a DIMPS, lançam "Dragon Ball Z - BUDOKAI", para PS2.
Olhando para trás, a maioria dos games de luta de Dragon Ball são medianos ou ruins, graças ao "toque de Midas" da BANDAI, que consegue estragar qualquer game (seja ele baseado em anime/ mangá ou não), que venha a produzir, salvo algumas exceções (como "DBZ - Hyper Dimension" para SNES ou "DBZ - Shin Butoden" para SATURN). Ao menos, "BUDOKAI" entra nessa lista de exceções.
O game em si tem gráficos soberbos, jogabilidade limpa, apresentação impecável e muitos personagens selecionáveis, enfim, tudo o que um fã de Dragon Ball mais queria. A espera finalmente acabou.
 

APRESENTAÇÃO
A apresentação desse game é excepcional, com telas e menus interativos perfeitamente organizados e explicados. A luta em si flui muito bem, sendo extremamente agradável de se assistir.
O game possui também várias peculiaridades bem legais de serem observadas. Por exemplo, quando os dois oponentes dão um "COUNTER", eles entram naqueles combates super rápidos (semelhante ao que ocorre no anime), ou então quando o seu oponente manda um Ki Blast, é possível rebatê-lo para longe, entre outras curiosidades.

O game possui alta interação com o cenário (estilo "Dead or Alive"). Dando um "COUNTER" no oponente quando ele estiver próximo da borda do cenário, faz com que ele saia voando e arregaçando tudo que está pela frente, como montanhas e etc.. Um exemplo disso é caso lance a Genki-Dama de Goku no oponente. Após a explosão, surge um clarão e logo em seguida, tudo que estava em volta desapareceu, restando apenas uma cratera de areia p/ dar continuidade a luta.
São 23 personagens ao todo (Freeza ,Vegeta, Goku, Kid Gohan, Gohan, Great Saiyaman, Piccolo Jr., Tenshin, A19, A18, A17, A16, Cell, Raditz, Nappa, Trunks, Yamcha, Dodoria, Mr. Satan, Recoom, Ginyu e Zarbon), cada um com seus respectivos especiais. O mais interessante são os golpes especiais "com filminhos" em 3-D, sendo que cada personagem possui pelo menos um (os personagens principais possuem 2 ou 3).


Um dos melhores pontos do game é que ele possui um fator replay alto, não só por ser um game de luta, mas pelo fato de possuir muitos personagens para você ativar e a existência de vários modos de jogo, que incluem o soberbo modo Story, o Tenkaichi Budokai, o clássico VS., entre outras opções, sendo a EDIT SKILLS, a mais importante e crucial dela, pois é através dela que é possível customizar inteiramente o seu personagem.
O game tem um esquema em que cada personagem tem 7 "slots" (espaços) que podem ser preenchidas com "SKILLS" recebidas ao longo do jogo. Algumas "SKILLS" são mais raras do que outras de serem encontradas. Com isso, pode-se fazer com que um personagem tenha os golpes que queira, além de poder dar upgrade em alguns golpes. Por exemplo, o KameHameHa do Goku tira "X", mas se possuir 2 "SKILLS" do KameHameHa, pode-se customizar o Goku com 2 KameHameHa nos "slots" e, agora ao invés de tirar "X", este golpe tira uns "2X"! Pode-se também trocar "SKILLS" com um amigo (estilo "Pokémon" p/ GB), bastando apenas 2 MEMORY CARDS.


O modo STORY deste game é deveras interessante. Ele simplesmente conta a história de DBZ desde a saga de Raditz até a de Cell. O melhor de tudo é que esse modo tem pelo menos 1 hora só de vídeos entre as lutas.
Os vídeos transportam fielmente as cenas mais importantes do anime para o game, sendo todas em 3-D e com gráficos muito bem elaborados.
O Modo STORY possui também minigames bem exóticos (tipo ficar na mira do Piccolo Jr. para que acerte um Makankosappo em seu personagem). E depois que se termina o game, dá para jogar outras batalhas que não tenham sido jogadas na primeira vez, com mais vídeos inéditos. Além disso, cada luta feita ganha-se um "card" de "SKILL".

GRÁFICOS
Os gráficos se enquadram perfeitamente com o clima de DBZ, o filtro Cel-Shading foi muito bem utilizado nesse game. Os modelos de cada personagem estão absolutamente perfeitos, a maioria cheia de polígonos (por exemplo, a armadura Sayajin do Vegeta tem profundidade e não apenas textura) e com texturas muito bem trabalhadas. Outro ponto positivo são as variadas roupas dos personagens, que ficaram muito boas (Goku cowboy, Trunks com armadura Sayajin etc..).


O game roda muito bem a constantes 30 fps (sem nenhum slowdown) e as animações dos personagens se comparam com o estilo dos personagens apresentado no anime. Ou seja, não é apenas um modelo 3D com as feições do personagem.


Os golpes especiais possuem bons efeitos de luz, além de outras peculiaridades, como levantar poeira ao serem executados, além de apresentar animações diferentes, dependendo da posição do oponente. Há também os golpes especiais com "filminhos", aqueles que o game literalmente congela a luta, apenas para mostrar o golpe por inteiro. Além disso, esses golpes são indefensáveis, uma vez que iniciado. Um exemplo interessante destes golpes especiais, é a Genki-Dama de Goku: após derrubar o oponente com um COMBO, a câmera foca na cara de Goku pedindo os elementos necessários p/ formar a Genki-Dama! Outro exemplo é o Super KameHameHa do Gohan, onde o mesmo, após aplicar um COMBO no oponente, pronuncia longa e pausadamente "KAAAA-MEEEEE-HAAAA-MEEEE-HAAAAAA"!!!! Esse é o 2º game em toda história de DBZ que isso acontece (o outro foi "DBZ - Shin Butoden" p/ Saturn). Nem o "DBGT - Final Bout" é assim.
Entretanto, um dos maiores problemas na parte gráfica, são atribuídos aos cenários. Eles não possuem muitos detalhes, pois foram construídos com baixa quantidade de polígonos e pouca animação, apesar de sua interatividade com os personagens.

JOGABILIDADE
Os controles são bem simples (Quadrado - "SOCO"; Triângulo - "CHUTE"; Círculo - "KI"; X - "DEFESA"; R1 - "COUNTER"; e R2 - "ARREMESSO") e respondem rapidamente, diferente do que ocorria com "DBGT - Final Bout". Isso torna as lutas rápidas e ágeis, cheios de COMBOS e etc.


Existem vários tipos de golpes: os famosos golpes especiais com "filminhos" (que precisam que o COMBO predecessor acerte), os golpes simples (como o KameHameHa, que pode ser feito de longe), os ARREMESSOS e é claro, as TRANSFORMAÇÕES (sim, o Goku se transforma em SSJ), que são de extrema importância na batalha. Elas melhoram a maioria dos atributos do seu personagem e isso faz MUITA diferença no jogo. Outra coisa que deixa o game mais fiel ainda é que se um personagem transformado apanhar muito, ele volta ao seu estado normal.


A mecânica do game é bem simples e intuitiva, os COMBOS são bem fáceis de se realizar (apertar "SOCO" várias vezes por exemplo é um COMBO, ou "CHUTE" várias vezes e assim vai), mas são os mesmos para todos os personagens. Aí que está o MAIOR PROBLEMA do game. A mecânica torna o game simples demais, algo semelhante a "SUPER SMASH BROTHERS" para o N64 (ao menos, nada comparado ao lixo que era "Final Bout"). O game resume-se muito em apertar os botões desenfreadamente, tornando-o muito pouco complexo e atraente para os jogadores mais aficionados ao gênero.


Basicamente, a jogabilidade resume-se a apenas 2 táticas básicas: 1 - bloquear/ desviar e quando o oponente abrir a defesa, iniciar um COMBO; e 2 - sair correndo e aplicar um "COUNTER". E para essas duas táticas existem duas contra-táticas: 1 - desviar junto e se o oponente bloquear, aplicar um "COUNTER" ou um ARREMESSO; e 2 - desviar e aplicar um "COUNTER". As batalhas mais complexas resumem-se apenas a isso.

VOAR nesse game é simplesmente ridículo. Isso acontece automaticamente quando seu adversário o joga para cima e seu personagem "para" no ar. A batalha continua a mesma coisa, só que as animações mudam um pouco para não parecer que os personagens estão pisando em um chão invisível, e é só.
Outro agravante: os maravilhosos especiais são realizados unicamente através de COMBOS!
Para dar o KameHameHa simples, é preciso apertar 4 vezes o botão de "SOCO" e depois apertar o botaõ de "KI" e é só. Ou o Final Flash do Vegeta (que tem "filminho" e tudo), que é preciso apertar 2 vezes "SOCO", 2 vezes "CHUTE" e botão de "KI"... em suma, os especiais não passam de finalizações dos COMBOS. Não existem COMBOS ou especiais baseados em combinações de direções (tipo os comandos clássicos de Street Fighter ou os super especiais dos outros games de DBZ - baixo, trás, frente e magia), resultando em combinações simples e repetitivas. Nesse ponto de vista, a impressão que se dá é que o game foi feito com a finalidade de agradar apenas criancinhas. Uma lástima, pois poderiam ter implantado vários outros elementos na jogabilidade, deixando o game bem mais complexo e com uma cara melhor.

SOM
O som nesse game é muito bom, trazendo todas aquelas musiquinhas que tem na versão americana do desenho (por exemplo "Rock the Dragon"). Caso não goste das músicas americanas, ao menos toca "Cha-la Head Cha-la" no final, p/ o delírio dos fãs. Mas eis que a surpresa maior do game é que TODAS AS VOZES E DIÁLOGOS DOS PERSONAGENS ESTÃO EM JAPONÊS (e com legendas em inglês)! E tudo foi feito com os dubladores originais!!! Dá também para ouvir em inglês, mas nem há comparação.
O único defeito é o sincronismo labial, que em algumas horas ficou péssimo. Na hora que o Vegeta vai aplicar seu Final Flash, a câmera foca bem na cara dele e percebe-se que o sincronismo está tão bom quanto o do clássico quadro "Fucker and Sucker" do programa "Casseta e Planeta"!

CONCLUSÃO
O game é relativamente bom, um dos melhores do gênero já lançado. O game consegue entreter durante um bom tempo (disputando torneios e torrando o dinheiro em "SKILLS" para customizar o personagem que tanto quer). Os fãs do desenho vão pirar quando jogarem esse game, mesmo não sendo nem um pouco complexo. Infelizmente, o game é foi feito somente para agradar os fãs. Dificilmente, demais jogadores se interessarão pelo game.

PRÓS
+ Gráficos fiéis ao desenho
+ Vozes em japonês
+ Especiais soberbos
+ Fator Replay bem alto
+ Vídeos 3-D entre as lutas
+ Batalhas visualmente lindas
+ Fácil de jogar
+ Mecânica simples e eficiente

CONTRAS
- Game simples
- Mecânica muito simples
- Muito simples
- Ai, que raiva desta mecânica básica!
- Cenários visualmente podres (mas interativos)

Clique aqui p/ ver algumas imagens de "DBZ - Budokai" e de projetos de games de DBZ p/ PS2.

Continua